8.2.13

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 6: As Entidades na Amarração - Magia do Amor)

Uma vez com os conteúdos dos posts anteriores em Mente podemos prosseguir.
No último post nós vimos a diferença entre as pessoas e como estas podem oferecer resistência à Magia, assim como dois mitos que estão associados e que agora poderemos melhor compreender o seu desmantelamento.

As entidades tal como já tive oportunidade de dizer têm limites, contudo apesar da resistência que os Alvos possam oferecer elas conseguem muitas vezes ultrapassá-los.

Prosseguindo, assim que o comendador contacta o mago e ambos acertam o que têm de acertar, e independetemente do tipo de Amarração (que será tratado em posts subsequentes), esta SÓ SE REALIZA COM RECURSO A UMA CONJURAÇÃO CERIMONIAL, QUE É O RITUAL PRÓPRIO DA CONJURA E ENVIO DAS ENTIDADES E, SEM ELAS NÃO EXISTE MAGIA DO AMOR.

Coloquei aquela informação em Caps Lock, porque muitas pessoas são desinformadas a verem revistas ou sites ou livros onde se diz para fazer bonecas, ou rezar somente ladainhas, ou tomar bebidas, ou dar bebidas a beber ao alvo, ou dar pózinhos a colocar sobre o alvo, ou a dar coisas para o alvo pisar. NADA DISSO FUNCIONA, A AMARRAÇÃO SÓ FUNCIONA PORQUE SÃO AS ENTIDADES QUE GARANTEM A AMARRAÇÃO.

Tendo isto em cima esclarecido é preciso desmistificar mais um mito associado às Entidades. Vou o designar pelo Mito da Referência e da Denotação.

Então, eu pessoalmente devido ao facto de que a Tradição das Artes Negras assenta nos Grimoriuns utilizo como nome das Entidades os que vêm descritos no Lemegeton. Contudo, existem outros livros e outras fontes com nomes totalmente diferentes. O Mito consiste em as pessoas pensarem que se tratam de entidades diferentes.
Eu chamo-lhe de Mito da Referência porque isto tem a ver com o fenómeno da própria referência.
Ou seja, vou começar por usar o exemplo dos nomes das pessoas. O nome Stephan em Inglês pode ser traduzido para Português pelo nome Estefano, contudo a tradução literal e correcta de Stephan para Português é Estevão. No entanto, nós temos duas traduções possíveis para Stephan = Estefano e Estevão.
Ou outro exemplo, eu pensava que o jogador brasileiro de futebol Bebeto tinha esse nome como seu apelido, só mais tarde soube que essa era uma Alcunha, e que o seu nome real é José de Oliveira. Por exemplo, se alguém me dissesse que o jogador brasileiro José de Oliveira marcou um golo na final do mundial eu ficaria espantado e diria: «Não sei quem é esse jogador, em que clube ele joga?»; mas se me dissessem que o jogador Bebeto marcou um golo na final do mundial eu não ficaria espantado e saberia quem é. Na verdade estes dois nomes referem-se à mesma pessoa.
Prosseguindo, durante o tempo dos Descobrimentos os Europeus quando chegaram a terras novas e da necessidade de contacto para com as pessoas locais latinizaram os seus nomes. Um desses exemplos é o do Rei do Congo, de seu nome original Nzinga a Nkuwu mas rebaptizado de João I. Quando nos referimos a Nzinga a Nkuwu ou João I do Congo estamos a denotar ou seja a referirmo-nos exactamente à mesma pessoa mas com nomes diferentes.

Porque é que me detive nestes exemplos? Porque muitas pessoas encontram afirmações dispersas ou variações de nomes dos demónios e se confundem pensando ser entidades diferentes, mas na verdade são exactamente as mesmas entidades só que as pessoas não sabem.

Mas então donde vêem esses nomes diferentes? Esses nomes vêem do facto dos Magos ao longo dos tempos e das culturas traduzirem os nomes das entidades com quem contactavam, para versões similares às da sua cultura. Por isso encontramos a mesma referência para certos demónios com nomes de origem Persa, ou Grega, ou Latina. Decidi esclarecer isto, visto ser uma confusão frequente quando se usa o nome de demónios de fontes diferentes.

Fiz este diagrama para exemplificar o que é a Hierarquia Horizontal e Vertical no que diz respeito às Entidades.

 A escolha da entidade é fundamental. Contudo, é preciso aqui esclarecer três pontos:
  1. Diz respeito à hierarquia das próprias entidades. Cada entidade está posicionada segundo uma hierarquia, quando nós encontramos os nomes descritos nos livros sobre as entidades, geralmente apresentam a hieraquia em que está inserida. As hierarquias estão divididas em posições horizontais e verticais. Agora, quando um Mago diz vamos trabalhar com a entidade X ou Y, em verdade não se está a trabalhar directamente com essa entidade mas com um subalterno por assim dizer, a não ser que se decida trabalhar com a própria entidade líder da hierarquia. Imaginemos que alguém vai a um consultório de advogados que tem o nome pomposo Z. A pessoa não vai ser representada pelo advogado Z a não ser que o peça explicitamente sabendo que para isso vai ter de pagar mais pelos seus serviços do que se fosse representado por um advogado que trabalha para o consultório Z. Contudo, se o consultório Z está horizontalmente mais bem conoctado do que o consultório W, então pode acontecer que um dos advogados do consultório Z seja mais bem pago do que o próprio director do consultório W, para melhor entender isso fiz um pequeno diagrama para procurar explicar isso.
  2. Relacionado com o primeiro ponto, deve-se entender que mesmo que não seja a Entidade líder de uma hierarquia a realizar o trabalho, a não ser que assim o seja exigido, não é a entidade subalterna que aparece na conjuração, mas o topo da sua hierarquia. Imaginemos que se vai conjurar Astaroth para um trabalho complexo de Amarração, onde não é o próprio Astaroth quem vai realizar o trabalho, mas na conjuração o conjurado deve ser o líder da hierarquia e neste caso com quem o Mago intervem é com o próprio Astaroth mesmo que não seja ele a realizar o trabalho. Até porque o Mago quando estabelece um Pacto Tácito com as entidades, o faz com o Líder da Hierarquia e não com os subalternos. Por exemplo, imaginemos que uma empresa de comércio quer construir uma Mega Superfície Comercial, abre um concurso e escolhe uma Grande Empresa de Construção Cívil, essa empresa de comercío vai negociar com os responsáveis dessa Grande Empresa de Construção Cívil, mas não são esses com quem negoceiam quem vai construir a Mega Superfície Comercial, tanto que essas Grandes Empresas de Construção Cívil recorrem a várias empresas como subempreitadas para realizar o trabalho. Por isso, é que mesmo nos pactos parciais que os comendadores podem realizar eles estabelecem o pacto com o líder da hierarquia mesmo que não seja esse quem lhes vai realizar o trabalho e cumprir o acordo estabelecido.
  3. Deve-se procurar fazer o máximo com o mínimo. Com isto quero dizer que na escolha da Entidade, se o alvo parecer não oferecer grande resistência, e se o trabalho que o comendador pede não for complexo mas simples não há necessidade de perder tempo e recursos em por exemplo usar o próprio Astaroth em pessoa para a realização do trabalho. Por isso quando digo que se deve procurar fazer o máximo com o mínimo quero dizer que deve-se procurar alcançar sempre os melhores resultados mas com o mínimo possível para o fazer e que não comprometa o resultado final. Como se costuma dizer não se mata uma mosca com uma caçadeira.

Uma vez com estes pontos entendidos, podemos passar ao próximo passo a saber os recursos que serão dados à entidade. Cada entidade, com respeito à sua posição na hierarquia tem um preço à cabeça diferente (digo assim para simplificar)
Então as variáveis dos recursos oferecidos à entidade variam consoante cinco variáveis:

  1. A própria entidade. Com isto refiro-me à sua posição na hierarquia, cada entidade exige ou pede coisas diferentes. Imaginemos que um Mago pretende A. O mesmo A numa entidade de hierarquia superior consome mais recursos do que com uma entidade menor. Contudo, o Mago pode ter mais garantias com a entidade superior do que com a menor.
  2. O tipo de trabalho. Cada trabalho difere em função dos intervenientes, do fim a que se destina e da própria natureza de tipo de trabalho.
  3. A força que se pretende projectada pela entidade na realização do mesmo.
  4. A finalidade que se pretende alcançar, pois podem existir dois trabalhos que podem caber dentro de uma mesma categoria mas com finalidades diferentes.
  5. A resistência que se pode prever da parte do alvo. Às vezes é preciso reconjurar e gastar mais recursos pois a estimativa da resistência pode não se confirmar correcta. Um procedimento com sucesso e se o comendador aceitar é a realização de um pacto parcial.
Fiz este esquema para melhor explicar a Conjuração por Mediação.

Agora, quando os detalhes da Amarração são resolvidos procede-se aos detalhes que são próprios da Conjuração. A Conjuração de Amarração ou Conjuração da Magia do Amor pode ser desenvolvida de três formas diferentes:
  1. Conjuração Complexa: esta conjuração dispensa a mediação do Comendador, para poder dispensar a mediação do Comendador ela é mais forte e mais trabalhosa.
  2. Conjuração por Mediação: esta conjuração é a mais comum, pois poupa recursos tanto ao Mago como ao Comendador. A Mediação é necessária na medida em que se estabelece um vínculo entre o Comendador e a Entidade facilitando o processo de aproximação da mesma ao Comendador. Mais à frente irei explicar o que é este processo.
  3. Conjuração por Mediação com Pacto Parcial (que já em cima mencionei): esta conjuração é similar à anterior, a diferença encontra-se que além do pagamento que o Mago deve fazer à entidade, este é reforçado por um Pacto Parcial entre o Comendador e a Entidade. Isto faz com que o trabalho seja mais forte, e tem a nunca de que o Pacto Parcial só fica válido depois da Entidade realizar aquilo que o Comendador deseja, caso contrário o pacto é nulo. Este tipo também é realizado para se reforçar um trabalho já previamente feito.

Este post já vai longo no próximo irei esclarecer melhor a continuação dos posts já publicados nomeadamente no processo entre a interação da entidade, do comendador e do alvo no desenrolar da amarração.


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